Você pode não se recordar do nome Edward Snowden, mas com certeza viu nos noticiários o que ele fez, e tem tudo a ver com segurança da informação contábil. Edward foi responsável por vazar documentos sobre programas de vigilância dos EUA. Alguns desses documentos mostraram que milhões de emails e ligações de brasileiros foram monitorados. Inclusive a ex-presidente Dilma Roussef foi alvo das espionagens.
Quando falamos em segurança da informação em geral associamos aos riscos de invasão de sistemas por hackers. Apesar de incluir essa situação, a segurança da informação contábil é bem mais abrangente e refere-se a toda a organização.
Em primeiro lugar precisamos ter em mente que quando falamos em informação estamos nos referindo a um conjunto de dados dentro de um contexto, pois só assim tem um significado. Em geral essas informações são o bem mais valioso da empresa. São desde informações financeiras, segredos comerciais, arquivos confidenciais, dentre outros.
Por isso, precisamos dedicar esforços para proteger esses dados. Pequenas atitudes podem evitar sérios problemas:
Como você pode perceber não se trata apenas da informática.
Para termos uma ideia da gravidade quando falamos em segurança da informação contábil, e que pequenas ações fazem muita diferença, vamos falar sobre o caso do Pacific Bank.
Em 1978 os bancos usavam “códigos de transferência” para enviar dinheiro para dentro ou fora do banco. Com esse código em mãos, através de uma simples ligação você podia solicitar uma transferência de fundos sem ir ao banco.
Na sala de transferência só eram permitidas pessoas autorizadas, contudo, um reparador de computador chamado Stanley Mark Rifkin estava na sala de transferência da Security Pacific National Bank arrumando um hardware quando percebeu que o código foi escrito em um pedaço de papel e colocado na parede.
Rifkin memorizou o código, foi até o saguão do banco e usou um telefone público para ligar para a sala de transferência onde estava. Ele se identificou como sendo do Departamento Internacional e solicitou mais de 10 milhões de dólares a serem transferidos para uma conta em outro banco. Na época, esse foi o maior assalto a banco na história americana.
O que podemos concluir? Sabe aquele post-it colado em seu monitor com seus logins e senhas de acesso? Já está na hora de memorizar essas informações e se desfazer desses papéis.
Numa visão geral, de acordo com a 10ª Pesquisa Nacional de Segurança da Informação, realizada pela empresa Módulo, dos problemas enfrentados por empresas dos diversos setores do mercado que geraram perdas financeiras, o fator apontado como causa foi:
Identificando os principais problemas enfrentados pelas empresas no que diz respeito a segurança da informação, podemos propor melhorias para mitigar essas ocorrências.
Para isso, seu escritório pode começar por implementar uma política de segurança. Vejamos como:
A sigla ISO refere-se à Organização Internacional para Padronização. Seu objetivo principal é aprovar normas internacionais em todos os campos técnicos, desde segurança de computadores até agricultura e saúde. No Brasil a ISO é representada pela ABNT.
As normas mais populares são a ISO 9000 que trata da Gestão da Qualidade, e a ISO 14000 que trata da Gestão Ambiental. Você já deve ter ouvido falar em uma delas.
Existe também a ISO 27000, que é o padrão para Gestão da Segurança da Informação. As diversas normas desta série (ISO 27001, ISO 27002, etc) tem funções específicas, mas todas tem como grande objetivo a criação, manutenção, melhoria, revisão, funcionalidade e análise de um Sistema de Gestão de Segurança da Informação (SGSI).
A ISO 27002 estabelece diretrizes e princípios gerais para implementar uma política de segurança, ou seja, essa política trará os processos de como funciona a sistemática da empresa, cuidados e detalhes de funcionamento para que sejam passados aos colaboradores da empresa. Por meio da ISO 27002 é que daremos início a implementação de uma política de segurança.
Contudo, por ser uma norma extensa e abrangente a qualquer organização, um estudo feito na região da Grande Florianópolis aponta alguns itens desta ISO como itens mínimos indicados a escritórios contábeis. Você poderá conferi-los ao final do texto.
Eles foram selecionados com base nos principais problemas e barreiras enfrentados para implementar uma política de segurança pelas empresas em geral, inclusive as contabilidades. Esses dados também foram levantados pela empresa Módulo.
Itens como a mudança na rotina operacional e a falta de soluções específicas para cada necessidade também aparecem com percentuais menores.
Portanto, seguindo ao mínimo essas diretrizes, a contabilidade terá um nível de segurança da informação mais confiável e evitará alguns obstáculos. Como já havíamos dito você vai observar que grande parte destes itens não se refere à informática.
Também precisamos destacar algumas características essenciais, conhecidas como os cinco pilares da segurança da informação:
Para segurança da informação contábil, precisamos nos atentar a estes cinco pilares. Se pensarmos que atualmente grande parte das informações está armazenada em nuvem e tem sua origem em forma eletrônica, devemos ter cuidado ao escolher um sistema a ser utilizado nas contabilidades.
Você pode saber mais no nosso outro artigo: Benefícios do armazenamento em nuvem para escritórios contábeis
E então? Você já tinha ouvido falar na ISO 27000? Conhecia o caso Pacific Bank? Conta pra gente aqui nos comentários!